Curso

Misoginia como arma de disciplinamento político

Dilma Rousseff
Ex-presidente do BrasilPresidente do Conselho da ELAG

Elizabeth Gómez Alcorta
Ministra da Mulher, Gênero e Diversidade da Argentina

Dora Barrancos
Feminista, pesquisadora social. Assessor do Presidente Alberto Fernández (Argentina)

Imagem de espaço reservado de Joana Mortágua
Membro do Bloco de Esquerda, Portugal

Beatriz Gimeno
Diretora do Instituto da Mulher da Espanha.

Aula 1

Dilma Rouseff y Elizabeth Gómez Alcorta abrem este curso com um importante debate sobre as formas como a misoginia se expressa no âmbito político. Após os acontecimentos que se originaram com o Golpe de 2016, a ex-presidente Dilma Rouseff foca nos desafios enfrentados pelas mulheres no poder e os caminhos a seguir para superar a misoginia e o machismo institucional.

Aula 2

Dora Barrancos analisa a misoginia presente em nossas sociedades, entendendo-a como um aspecto central do sistema patriarcal dominante. Por sua vez, discute como este conceito é empregado no campo da política. Um fenômeno que, longe de ser novidade, vem se promovendo nas últimas décadas na América Latina, apesar do grande avanço dos feminismos populares.

Aula 3

Beatriz Gimeno convida-nos a refletir sobre os discursos e as estratégias políticas a que os partidos de extrema-direita na Europa, e em particular em Espanha, têm recorrido nos últimos anos para chegarem ao governo. Da mesma forma, refere-se à importância dos feminismos e das mulheres em seus novos papéis não normativos, como desestabilizadores da ordem patriarcal diante desse persistente posto avançado de misógino político

Aula 4

Elizabeth Gómez Alcorta y Imagem de espaço reservado de Joana Mortágua dialogam sobre o papel central dos feminismos na construção de uma nova política. Em um contexto avançado de movimentos de extrema direita xenófobos, racistas e misóginos, elas apontam as contribuições que as alternativas feministas emergentes trazem para a política em geral e para os projetos progressistas em particular. Por sua vez, revisam alguns marcos na história dos feminismos emancipatórios populares na América Latina e na Europa.

Biografia

Dilma Rousseff

Economista e política brasileira. Foi eleita presidente da República do Brasil em 2010, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo e a quarta em toda a América do Sul. Reeleita em 2014, seu segundo mandato foi interrompido por um impeachment votado pelo parlamento brasileiro em agosto de 2016, o que resultou em sua destituição. Possui uma ampla carreira política, resultado de anos de militância, iniciada em sua juventude. Participou de movimentos de resistência à ditadura militar, sendo detida e torturada entre 1970 e 1973. Ao recuperar a liberdade, entrou para o curso de Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, obtendo o diploma em 1977. Após se desempenhar em diversos cargos políticos, entrou para o Partido dos Trabalhadores (PT) em 2001 e, no ano seguinte, foi nomeada Ministra de Minas e Energia pelo presidente Lula da Silva. Posteriormente, assumiu como Chefe de Gabinete da Nação, ocupando o cargo até 2010, quando concorreu à presidência, triunfando no segundo turno com 56% dos votos.

Elizabeth Gómez Alcorta

Advogada criminal argentina, especialista em direitos humanos e povos indígenas. Desde dezembro de 2019 ocupa o cargo de Ministra da Mulher, Gênero e Diversidade da Nação Argentina. Formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, onde fez pós-graduação em Direito Penal e também é professora. Posteriormente, se especializou em Ciência Política e Sociologia na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO). Exerceu diversos cargos na esfera pública, sendo vice-coordenadora do Programa Verdade e Justiça do Ministério da Justiça e Direitos Humanos da Argentina, e assessora judicial da referida pasta e demais instituições do Estado. Da mesma forma, atuou como advogada em alguns casos emblemáticos relacionados à defesa dos direitos humanos, entre os quais se destacam o de Milagro Sala e o de María Eugenia Sampallo Barragán. É membra fundadora da Sociedade dos Advogados dos Direitos Indígenas (AADI) e fez parte da diretoria do Centro de Estudos Jurídicos e Sociais (CELS).

Dora Barrancos

Pesquisadora feminista, socióloga, historiadora e ativista argentina. Dedicou sua carreira ao estudo do feminismo na Argentina, aos direitos políticos das mulheres, aos movimentos sociais do início do século e ao papel da educação na história argentina, entre outros temas. Graduada em Sociologia pela Universidade de Buenos Aires, ficou exilada no Brasil durante a última ditadura militar (1976-1983). Posteriormente, concluiu o mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais e, por fim, concluiu o doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas. Desde 1986, trabalhou como pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET), do qual foi diretora entre 2010 e 2019, representando as Ciências Sociais e Humanas. Foi responsável pelo Instituto Interdisciplinar de Estudos de Gênero (IIEGE) da Faculdade de Filosofia e Letras (UBA), entre 2000 e 2009, além de ter atuado como professora em diversas instituições de ensino. Tem feito inúmeras publicações, sejam livros, artigos ou outras produções acadêmicas em revistas nacionais e internacionais.

Beatriz Gimeno

Política, ativista, militante feminista e escritora espanhola. É deputada do partido Unidas Podemos na Assembleia de Madrid desde 2015. Ocupou vários cargos, como diretora do Instituto da Mulher (2020-2021) e presidente da Federação Espanhola de Lésbicas, Gays, Transexuais e Bissexuais (FELGTB ) entre 2003 e 2007, período em que o casamento igualitário e a lei de identidade de gênero foram aprovados na Espanha. Estudou filologia semítica e publicou livros de relatos, romances, ensaios e livros de poesia. Seu último trabalho, publicado em 2018, é intitulado “Amamentação: Política e Identidade”. Colabora regularmente com diversos meios de comunicação nacionais e internacionais e dita cursos, aulas e conferências sobre gênero.

Imagem de espaço reservado de Joana Mortágua

Líder política portuguesa. Desde outubro de 2015, é deputada na Assembleia da República pelo distrito de Setúbal. É coordenadora do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda na Comissão de Educação e Ciência e da Comissão de Trabalho e Segurança Social, além de integrar diversos grupos de trabalho na Assembleia da República Portuguesa. Na juventude, participou da campanha pela descriminalização do aborto e, já como deputada, chefiou diversos projetos em defesa da escola pública. É formada em Relações Internacionais com especialização na América Latina pelo Instituto Superior de Ciências Políticas e Sociais da Universidade Técnica de Lisboa, e atualmente cursa o mestrado. Da mesma forma, é uma das organizadoras do Movimento Escola Democrática, que reúne diversos especialistas em educação.

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